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Extra! Extra! Professor procura livro sequestrado via internet: Um estudo sobre a ambiguidade
- 19 de fevereiro de 2024
- Postado por: Cyro
- Categoria: Língua Portuguesa Redação
Quando um enunciado escrito gera duplo sentido ao ser lido, dizemos que ele é ambíguo. Assim sendo, segundo HENRIQUES (2011, p. 87) ambiguidade é quando um enunciado traz em si duas ou mais interpretações.
Ela pode ser causada por motivos sintáticos, semânticos ou pela inserção das sentenças em contextos maiores (Ilari, 2010). Alertar para a reflexão linguística e contribuir com a boa escrita do aluno é condição fundamental para evitar as ambiguidades.
A causa para um texto ambíguo é, na maioria das vezes, a má colocação do adjunto adverbial ou o mau uso do pronome dentro de um sintagma. O primeiro dá ao texto a possibilidade da construção de duas ou mais análises sintáticas diferentes, enquanto o segundo permite ao pronome encontrar dois ou mais antecedentes.
Para tirarmos a ambiguidade de um texto, é importante refazermos a construção sintática ou a semântica, sempre procurando deixar um texto simples, conciso e sem muitos rebuscamentos.
A simplicidade, a coesão e a coerência de um texto são essenciais para se evitarem construções ambíguas e dificultar o entendimento daquilo que se quis dizer para o leitor.
Porém, para alguns gêneros textuais, a ambiguidade é importante, por causar humor, convencer o leitor e/ou direcionar a leitura para um ponto determinado do texto. Exemplos desses gêneros são a propaganda e o anúncio publicitário.
Muitas vezes, esses gêneros usam da ambiguidade para atingir um público-alvo ou para atingir um objetivo prédeterminado. Nesses casos, a ambiguidade não pode ser reformulada e sim analisada, a fim de compreender quais são os diferentes entendimentos que se fazem no(s) período(s) e qual é o resultado do discurso.
Outros gêneros que fazem uso frequente da ambiguidade são: textos poéticos, textos humorísticos, história em quadrinhos, trovas, anedotas. Dependendo da intencionalidade de cada um deles, a ambiguidade se torna um instrumento de escrita, do contrário ela é e sempre será um vício de linguagem.
Textos científicos, informativos e com caráter acadêmico jamais podem ser ambíguos. Têm que primar pela clareza e pela concisão sempre.
Finalmente, para refletirmos, deixo uma pergunta feita por HENRIQUES (2011, p. 90):
“– A ambiguidade é um vício de linguagem?
– Depende! Diga-me em que texto está a ambiguidade, e eu te direi se é um vício de linguagem ou se é uma experimentação semântica”.
“– A ambiguidade é um vício de linguagem?
– Depende! Diga-me em que texto está a ambiguidade, e eu te direi se é um vício de linguagem ou se é uma experimentação semântica”.
REFERÊNCIAS
HENRIQUES, Claudio Cezar. Léxico e semântica: estudos produtivos sobre palavra e significação. RJ: Elsevier, 2011.
ILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as palavras. SP: Contexto, 2010